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Mostrando postagens de setembro, 2021

Bonés de Crochê: Instrumento de beleza e de subversão

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     Os bonés de Crochê são frequentemente usados na cena de São Paulo, e contemplam uma vasta gama de quebradas, sendo usados por grande parte da rapaziada das periferias. Os bonés de crochê desenvolvidos em meados dos anos 90 nunca deixaram de cair no gosto popular, tornando-se um elemento estético e político.       Em um contexto de crise econômica no Brasil (que afetou de forma bruta os moradores das periferias) e o crescimento gradual da população carcerária, nos anos 90, os homens que foram privados de liberdade em presídios passaram a desenvolver e a comercializar as peças de crochê como forma de prestígio e sustento. Os bonés eram recheados de referências externas e internas às realidades dos artistas “marginais”, que colocavam os nomes de suas quebradas, símbolos (como o Tony & Countryou ou o Cifrão), desenhos como Irmãos Metralha ou Tio Patinhas e até mesmo marcas que são referência nas periferias. Inclusive, por conta dessa origem controver...

Bailes Funk: expressão artística das ruas. A estética das favelas em um espaço visto como contracultural

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  Bailes Funk: expressão artística das ruas: A estética das favelas em um espaço visto como contracultural      Pra gente começar essa conversa temos que nos questionar o que é um baile funk, e nada melhor do que a história pra contar esse rolê pra gente. Bom, a cultura dos bailes funk tem suas raízes aqui no Brasil lá no Rio de Janeiro, isso nos anos 60/70, aos poucos o funk foi se espalhando pela cidade do Rio, mas sempre manteve seu caráter de uma produção da periferia e para a periferia (por isso é dhr tirar umas com os boy e com a paty que cola em baile). Embora com esse caráter periférico brasileiro, o funk possuía uma musicalidade estadunidense, já que veio dos EUA. As músicas que eram tocadas aqui eram o funk estadunidense o Soul. FOTO: Black Rio O grande DJ Marlboro foi um dos precursores do funk brasileiro, já que na década de 80 ele passou a agregar elementos nacionais ao funk e passou a tocá-los nos bailes do Rio, e aos poucos o Funk se consolidava como...
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Salve, Família. Primeiramente boa pra nóis. Pra quem não me conhece, me chamo Gustavo, sou cria do Grajaú, extremo sul de São Paulo, tenho 20 anos, sou um jovem preto e estudo História na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Tô aqui realizando um trampo que tenho vontade de fazer já faz uma cota...aqui quero dar espaço às vozes da favela que foram (e são) silenciadas de forma histórica pelo sistema no qual vivemos. Aqui vou trazer nossas vivências de rua, nossas experiências enquanto sujeitos da margem e não pertencentes ao centro. Vamo trocar umas ideias de moda, estilo, música, estética, letramentos etc. Pretendo ascender a chama pra discussões que elevem as ideia, de forma direta e simples. Meu objetivo aqui é mostrar a potência que nóis têm. Como disse o Edi Rock em Otus 500: “A senzala avisou / Mauricinho hoje paga o preço” Agora marcha, caaarai