Bailes Funk: expressão artística das ruas. A estética das favelas em um espaço visto como contracultural
Bailes Funk: expressão artística das ruas: A estética das favelas em um espaço visto como contracultural
Pra gente começar essa conversa temos que nos questionar o que é um baile funk, e nada melhor do que a história pra contar esse rolê pra gente. Bom, a cultura dos bailes funk tem suas raízes aqui no Brasil lá no Rio de Janeiro, isso nos anos 60/70, aos poucos o funk foi se espalhando pela cidade do Rio, mas sempre manteve seu caráter de uma produção da periferia e para a periferia (por isso é dhr tirar umas com os boy e com a paty que cola em baile). Embora com esse caráter periférico brasileiro, o funk possuía uma musicalidade estadunidense, já que veio dos EUA. As músicas que eram tocadas aqui eram o funk estadunidense o Soul.

FOTO: Black Rio
A partir da ressignificação das letras norte americanas e com letras em português, o Rio passava por uma nova fase do funk, assim consolidando de fato o funk carioca que posteriormente se difundiu pelo restante do país com suas variações. Os bailes (que aconteciam em vários bairros diferentes) tinham disputas e festivais, de onde saíram nomes potentes, como Cidinho & Doca, Tati Quebra Barraco, Valesca Popozuda, Mc Cacau, Mc Marquinhos e várias outras vozes potentes que marcam presença até hoje.

FOTO: CD DJ Malboro, 1994
Passando por um grande salto temporal, nos anos 2000 o funk passou a circular de forma mais ampla pelo Brasil e com o Funk ostentação de São Paulo, consolidava-se o Funk Paulista (que era carregado de problemáticas sociais assim como o carioca), onde as políticas econômicas que beneficiaram as periferias do Brasil deram maior poder aquisitivo as populações mais pobres eram evocadas. Peço licença para citar o MC Guimê nesse ‘jet’:
Contando os plaque de 100, dentro de um Citroën,
Ai nois convida, porque sabe que elas vêm.
De transporte nois tá bem, de Hornet ou 1100,
Kawasaky, tem Bandit, RR tem também
(MC GUIMÉ, PLAQUE DE 100).
O poder econômico enaltecido nas músicas também foi
refletido nos bailes, o que demonstra que ambos (funk e bailes de rua) andam
juntos.
Em São
Paulo, assim como o ritmo musical, os bailes têm uma brisa totalmente
diferente. Enquanto no Rio os bailes possuem um caráter mais cotidiano, a
cultura da ostentação é presente na cena de São Paulo. Aqui é comum a gente ver
motos, carros (com sons potentes) e paredões de som que representam uma série
de elementos urbanos, mas de prestígio na cena paulista.

FOTO: Gustavo Morais de Lima

FOTO: https://www.instagram.com/dz7oficial/



FOTO: Gustavo Morais de Lima
Ela sai do carrão vai pro pantanal
Ela sai de pinheiros vai pro pantanal
Ela do capão e vai pro pantanal
(MC DM, MC Five e MC B12 - Proxima Estação Pan Ta Nal)
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